segunda-feira, 14 de setembro de 2009

No hay banda

Pergunto a Jorge Manuel e ele me vem com aqueles olhos... Sabe aquele fugir de olhos quase como um nervosinho inocente? Quando se pergunta algo e o inquirido responde querendo mais convencer-se da verdade que propriamente fazer com que creia.
Falo de algo meio “o poeta é um fingidor, finge tão completamente...” Enfim, pior é quando se quer ouvir algo e o outro lhe responde de modo ensaiado como que seguindo os passos de uma coreografia vista pela primeira vez. É a dança da diplomacia falida dos casais que já encontraram o equivoco e continuam querendo manter as amarras saudosas de outro dia.
Verdade mesmo é que as nossas verdades quando descobrimos que se distanciam em demasia das verdades de nossos amores, causam verdadeiras desilusões que “dança eu, dança você” nesse jogo do não saber que se sabia tão errado assim. Meu pai sempre me dizia “coração dos outros é terra que ninguém passeia”, verdade sem fim tinham tais palavras que se encaixam nas vezes em que meu coração calou amores, abafou dissabores, esconde no fundo de mim tudo que nem eu sou capaz de saber.

3 comentários:

  1. Como disse o eu-lírico na sexta linha:
    "Enfim, pior é quando se quer ouvir algo..." O grande problema é que a pessoa sempre quer ouvir o que ela quer escutar,e da maneira que tem ser (a seu modo). A realidade difere das novelas e suas fantasias; e das outras vezes ditas. Às vezes, a frase "eu te amo" é dita de outras maneiras.
    Beijo e siga em frente. Até o próximo post.

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  2. " É a dança da diplomacia falida dos casais que já encontraram o equivoco e continuam querendo manter as amarras saudosas de outro dia."

    divina interpretação.

    mas qdo sabemos se são apenas amarras, q o amor foi embora... ou apenas queremos viver a vida como 'esse sistema impõe pra ser vivida'?

    amei demasiadamente o texto!

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  3. Oi Juliana,vi tua apresentação lá na comu dos Contistas e Poetas e estou buscando visitar o pessoal que tem blogs,como eu.Muito legal e talvez leve muitas pessoas a reflexão o teu texto.Esse universo das relações amorosas é muito amplo e vasto.Dia desses produzi uma crônica chamada A COMPLEXA ARTE DE AMAR quebrinca com as artimanhas e o jogo de paciência que uma relação a dois exige.Parabens,o teu blog é muito legal.Fábio Zen http://oficinamissoes.blogspot.com/

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Elucubrações etílicas, pitacos ébrios